sexta-feira, 23 de março de 2012

Vamos alí tomar um sobá?

Moro em Campo Grande, Mato Grosso do SUL. E, aqui na cidade, temos a terceira maior colônia de descendentes da ilha de Okinawa (Japão) do Brasil. Dentre os vários costumes trazidos para cá, o principal é o sobá.

O sobá é feito com caldo de carne, macarrão, pedaços de carne bovina ou suína, cebolinha e omelete em tirinhas. O caldo não é um caldo qualquer: leva-se um bom tempo no fogo com os ossos da carne e depois coado. O macarrão também não é um macarrão qualquer, é um tipo próprio para a iguaria, feito de trigo e ovos.

Delícia de sobá!!!!
Conta a história que na década de 50, os imigrantes comiam esse prato atrás de cortinas na feira livre da cidade, longe da vista dos compradores. Porém, a curiosidade das pessoas levou ao inicio da venda do sobá. Seu sabor conquistou a todos, bem como sua peculiar maneira de degustar: fazendo barulho para sorver o macarrão e para tomar o caldo depois.

Tornou-se famoso na cidade. Todo campo-grandense que se preze já foi até a feirona tomar sobá. Ano passado, virou patrimônio imaterial da cidade. Ganhou um monumento na entrada da feira e há seis anos acontece o Festival do Sobá, onde tem até um concurso do maior comilão desse prato típico japonês (mas com uma pitada brasileira).

Monumento na entrada da Feira Central
(foto de João Garrigó para o Campo Grande News)
Além das várias barracas na feira que vendem o sobá, podemos encontrar também diversas sobarias espalhadas pela cidade. As fotos que coloquei aqui são da Sobaria Tomodachi, um dos melhores sobás de Campo Grande.


Se passar por Campo Grande, não esqueça de provar o sobá! Ah, sim: não, eu não sei fazer! Não, minha mãe também não sabe fazer! 

Beijos para todos!! 

sexta-feira, 9 de março de 2012

Os Karas

Esses dias bateu uma saudade da época da escola, quando minha única preocupação era estudar para as provas.

Lembrei dos livros que lia lá pela 7ª, 8ª série. Foram muitos da famosa Coleção Vaga-Lume. Mas os que marcaram minha vida leiturística foram os livros do Pedro Bandeira. O primeiro que li foi A Marca de uma lágrima, que é uma releitura da história de Cyrano de Bergerac, tendo como protagonista a menina Isabel. Ela se apaixona pelo primo Cristiano, que por sua vez, se apaixona pela melhor amiga dela, Rosana. Isabel então começa a escrever cartas de amor em nome da amiga para que ela as entregue a Cristiano. É lindo e fofo!

E Os Karas? Vocês já leram algum livro deles? Para quem não conhece, os Karas foram os protagonistas de uma série de livros do Bandeira. Era uma turma de alunos do colégio Elite, que se uniam para solucionar casos de polícia. Tinha o líder Miguel, o sabe-tudo Crânio, o galã Calu, a espevitada Magri e o caçulinha Chumbinho, juntos eles se autodenominavam Os Karas.

Para que não se levantasse suspeitas, usavam sempre códigos: um K desenhado na palma da mão, o código Vermelho, o Tênis-Polar, e até o conhecido código Morse.

O primeiro da série que li foi A Droga da Obediência, onde os meninos solucionavam casos de crianças desaparecidas que, na verdade, eram sequestradas para testar um novo medicamento, a tal droga da obediência. 

Depois veio Pântano de Sangue, onde um professor da turma era assassinado e todas as pistas levavam ao Pantanal. Tinha uns temas pesadinhos: drogas, tráfico internacional, mortes...lembro de ter ficado impressionada em algumas partes.

O último foi Anjo da Morte. Aqui, os Karas tem de solucionar outro caso de assassinato, mas agora envolvendo judeus e nazistas.

Mesmo solucionando os casos, os Karas nunca queriam aparecer, deixando todo o mérito para a polícia que sempre estava presente na figura do detetive Andrade.

Ainda tenho todos!
Se não me engano, li todos esses livros na 8ª série, nas aulas de Português da professora Sueli. O que matava, era que ela sempre pedia um seminário do livro, e falar em público naquela época era o horror para mim!

Uns 3, 4 anos atrás quando comecei a trabalhar na escola onde estou, descobri os dois últimos volumes da série na biblioteca: A Droga do Amor e A Droga de Americana. Li os dois de uma só vez, mas não sei. Não sei se as histórias ficaram sem-graça para mim, ou se realmente são mais fraquinhas: não tiveram o mesmo encanto. Prefiro pensar no Karas somente com os três livros que marcaram minha adolescência! 

Beijos!

sábado, 3 de março de 2012

Vício da vez: Danoninho Ice

Eu tenho paladar de criança. Todas essas comidinhas próprias para os pequenininhos, pode ter certeza de que vou gostar. Danoninho já gosto há muito tempo, como desde sempre.

Conversando com uma amiga no trabalho, ela me disse que a filhinha dela adorava o tal Danoninho Ice. Minhas lombrigas já se assanharam, mas sempre esquecia de pegar um quando passava no supermercado.

Eis que ontem acabei lembrando e trouxe duas bandejinhas com 8 potinhos para casa. Basta espetar os palitinhos de plástico (que já vem junto) nos potinhos e deixar no congelador. Mas olha só: se vem 8 potinhos, deveriam vir 8 palitinhos. Mas não: em uma bandeja vieram 3 e na outra 2. Estranha a matemática deles. Mas o negócio é bom! Comer de colherzinha, acaba muito rápido, com o sorvetinho não tem esse problema!

O palitinho alí muda de cor!

No comercial do produto, as criancinhas japonesinhas fofas explicam direitinho como fazer:


É só colocá congeladô e tá ponto o sovetinho!!!


Beijos e sovetinhos para todos!!

quinta-feira, 1 de março de 2012

Sonhos de Akira Kurosawa

Esse é um filme que eu gostaria muito de ter assistido no cinema. Na tela da TV, as imagens já são um espetáculo, fico imaginando como seria na tela grande!

Akira Kurosawa (1910 – 1998) fez seus próprios sonhos se transformarem em uma maravilha da sétima arte. O filme é de 1990, e me lembro que a primeira vez que assisti foi em um canal da TV a cabo. Aquelas imagens nunca me saíram da cabeça de tão belas que eram. Fiquei muito tempo procurando pelo DVD para comprar, até que um dia revirando uma montanha de filmes empoeirados no Carrefour, encontro o bendito lá no fundão!

Virou uma relíquia da minha coleção de DVDs: não empresto, não vendo, não alugo, não gosto nem que encostem nele (a pessoa fora da casinha)!!

São 8 histórias contadas com poucos diálogos, mas com imagens que dizem tudo. Sou apaixonada por quatro delas:

Um raio de sol através da chuva
Aqui no Brasil dizemos que sol e chuva é casamento de viúva, mas no Japão, é o casamento das raposas (as raposas, ou kitsune em japonês, são animais com poderes mágicos e com muita sabedoria de acordo com o folclore nipônico). Um garotinho presencia esse casamento. É visto por uma das raposas e volta correndo para casa. Sua mãe lhe diz que uma kitsune passou por lá e deixou uma faca: ele deve se matar por ter presenciado a cerimônia. Para tentar evitar isso, ele tem de ir até onde as raposas vivem. A cena do casamento: LINDA! O garotinho indo até o esconderijo das raposas: ESPETACULAR!


O jardim dos pessegueiros
Durante o Hinamatsuri (Festival das Bonecas, ou Dia das Meninas), um garoto vai até o jardim de sua casa e vê que todas as bonecas usadas nesse festival estão ali, vivas na sua frente. Elas estão chateadas porque os pais do menino cortaram todos os pessegueiros que havia lá. Passam um sermão no pobrezinho, mas percebem que ele também estava triste com o corte das árvores. Então resolvem dar a ele a chance de ver os pessegueiros floridos uma última vez. TUDO LINDO!


Corvos
Imagine que você está “entrando” nos quadros do pintor Vincent Van Gogh: é essa situação que é retratada nesse episódio. Não existem palavras para descrever a beleza das imagens: tudo MARAVILHOSO! Martin Scorsese (um grande admirador de Kurosawa) faz uma participação: é o próprio Van Gogh, de orelha cortada e tudo mais.


O vilarejo dos moinhos
Um viajante adentra um pequeno vilarejo onde as pessoas abdicaram totalmente da modernidade para viver de uma forma simples, porém feliz. Ele encontra um ancião que conta toda a história da vila, e ao final, mostra como é o funeral deles (clique aqui para ver o vídeo): ao invés de tristeza, celebram a boa vida que a pessoa teve. IMPERDÍVEL!


Cá com meus botões, fico pensando no tipo de filme que daria caso eu resolvesse transformar meus sonhos em roteiro de cinema...seria algo entre comédia, terror e ficção!

E você? Seus sonhos dariam um filme?

Beijos!